Sinos e Muros da Simples Cidade
Eu cerco-me nos muros
Na minha simples cidade. Saudade toca no sino Toda seis horas da tarde. Pão quentinho e picolé Sabem bem ao abraço de meu pai. Pão doce e todos os mimos Sabem bem ao colo de minha mãe. Ando eu mesmo sentindo-me muito só. E metaforicamente cercada de amores De amores e de muita gente. Ando vestida numa equivocada metáfora. Metáfora de mim mesma. E o que eu queria mesmo Era um abraço – realidade Um olhar – realidade Um colo – realidade Ando cercada de muros: Cotidiano tolo. É porque às vezes a gente sente saudade De realidade boa. Ou não. De aconchego sem desculpa De beijo sem compromisso de beijo De olho no olho sem culpa. De desencontros que trazem abraços espontâneos, De carinho com intenção de ser apenas carinho. Carinho, carinho, sabe? E ponto. Sem precisar ser final. Precisava apenas ser somente carinho. Eu queria uma simples cidade sem muros, Sem moedas, nem soberbas e mais valias. Nem hora de sino tocar saudade. Queria menos metáforas. Queria cercar-me de toda a verdade! Chorar ela inteira - nada de metades! Hoje... Eu queria uma cara feliz me sorrindo inteira Sem motivos. Como um bolo surpresa! E a cereja da ponta?! A vermelha e tímida espontaneidade. Hoje eu queria um abraço mudo: Repleto de muita verdade. Repleto, de mim, muitas saudades. Eu queria quebrar todos os muros Da minha simples cidade. Deito-me. Repouso e descanso De mim. Karla Mello 28 de Agosto de 2015.
Karla Mello
Enviado por Karla Mello em 28/08/2015
Alterado em 28/08/2015 Copyright © 2015. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |