Conversa Com Jesus
Um dia eu fechei as portas
Da minha morada - coração E fui viver por conta própria E soltei as Tuas mãos. Entrei num apertado barquinho E fui ao mar revolto em moinho E dei voltas... Tantas voltas! Que nem consigo eu contar Em detalhes miudinhos Das tantas ondas... Do tanto mar. Sei apenas da escuridão E das tantas ferpas e espinhos Que cegaram os olhos meus E sangraram o meu coração Nos (des)compassos do (des)caminho. Sei de tudo o que eu perdi Sei da dor que inventou a minha dor De tão lacerante dor em mim. E eram noites tantas de frio E eram noites tantas sem fim Que eu te digo, meu Salvador: Solidão maior não há para mim Do que a de viver sem Ti. Parece um tempo curtinho E pode até sê-lo a Ti. Pois eis que sou tão pequenina Que necessito da linha do tempo Para que eu compreenda-me Num princípio, meio e fim. E quando pensei eu estar finda Chamei o Teu nome baixinho Pedi o Teu colo de Pai E entraste, assim, em meu barquinho. E deste ordem às estrelas Para a tudo iluminar! Cessaste o meu mar revolto E trouxeste-me a minha paz Seguraste a minha mão E me restiraste de lá. Olha, Jesus, meu Salvador Perdoa-me, se ainda assim, Sou tão mesquinha e retórica Que não compreendo a Ti. Nem sempre entendo o que falas Nem sempre entendo o que queres Mas o pouco que eu sei é caminho: Eu quero Te servir com amor Para além das palavras sagradas. Eu quero Te servir na ação E continuo a buscar-Te na dor Mas hoje vivo em tua Graça E Te sou grata com alegria e fervor. Estás presente em tudo. Senhor! Tu és Tudo! Resides nas asinhas das borboletas No olhar inocente das crianças Na flor que desabrocha com a chuva No macro universo - uma orquestra! E és Tu a perfeição Maestro do mundo Teu Da Tua bela criação. Ensina-me, Jesus, então Aonde termina o meu querer E aonde começa, em mim, o Teu agir Eu quero aprender a enxergar A Luz que ausenta toda a escuridão A Luz - Verdade da Tua face Em tudo o que por aqui nos ensinaste. Um dia eu abri as portas Da minha morada - coração (Isso já faz algum tempo) E desde então, meu Salvador Esforço-me tanto e sempre Para merecer que Tu te sentes E converses comigo sempre Nesta minha, hoje tão Tua (Eis que Tu és o meu perdão) Imperfeita morada dos atos meus: Na minha cotidiana reflexão. "Apenas tu me conheces E me chamas pelo meu nome." Karla Mello 16 de Abril de 2015
Karla Mello
Enviado por Karla Mello em 16/04/2015
Alterado em 16/04/2015 Copyright © 2015. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |